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Mesmo com toda a riqueza de sua fauna criativa, repleta de Leões, a propaganda brasileira ainda apresenta poucos cases nessa matéria
Publicidade da Bombril: figuras como o “Garoto Bombril”, o “Sebastian (Abuse e Use) da C&A” e o “Baixinho da Kaiser” são fenômenos inesquecíveis, mas igualmente raríssimos
São Paulo – Quando o assunto é escolha de um garoto-propaganda, o caminho mais óbvio e objetivo para as marcas e agências é contratar astros e personalidades para protagonizar campanhas e promover produtos. Mas e o caminho contrário? Como transformar um rosto desconhecido em uma poderosa personificação da marca?
Mesmo com toda a riqueza de sua fauna criativa, repleta de Leões, a propaganda brasileira ainda apresenta poucos cases nessa matéria. Figuras como o “Garoto Bombril”, o “Sebastian (Abuse e Use) da C&A” e o “Baixinho da Kaiser” são fenômenos inesquecíveis, mas igualmente raríssimos.
Atualmente, nas propagandas da operadora Vivo, um novo rosto tem ganhado cada vez mais espaço e conquistado o público com seu carisma. O ator João Cortês, que começou sua relação com a marca contracenando com a global Grazi Massafera, roubou a cena no comercial em que tentava insistentemente falar com a atriz e ganhou novas chances.
A partir daí, apoiado pela criação da Y&R e outras atuações interessantes, o “Ruivo da Vivo” virou protagonista nas campanhas da marca.
O Adnews conversou com dois mestres na arte de construir um personagem de sucesso.
Um deles é nada mais e nada menos que Washington Olivetto, Chairman da WMcCann e CCO da McCann Worldgroup, e que ao lado do saudoso Francesc Petit criou o “Garoto Bombril” em 1978, com o ator Carlos Moreno, que foi parar nas páginas do Guinness Book como o garoto-propaganda de maior tempo de permanência no ar, a partir do décimo sexto ano de execução e mais de 340 filmes.
“A criação de um personagem é sem dúvida nenhuma uma dos maiores prazeres do criativo. Ela dá chance ao profissional de criar um patrimônio único e original.
Evidentemente a base da construção de um grande personagem está na presença de uma ideia forte e uma grande conexão com o produto anunciado. Outro processo importante é estabelecer muito bem o perfil e as características do personagem e buscar um ator que consiga incorporar essa personalidade.
Feito isso, o criador também precisa pensar sempre no processo de condução e administração da biografia desse personagem. Tem que ativar a sua capacidade de imaginar o passado, o presente e o futuro”, explica Olivetto.
Fonte: http://abr.ai/1jq4NWM