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Não importa o mercado ou o setor em que você atue, se a sua obsessão for atender a necessidades, desejos e expectativas sempre em evolução dos consumidores, você irá prosperar até no meio dos distúrbios globais mais malucos, sejam quais forem eles. Isso vale para 2014, 2015, 2016 e todos os anos seguintes.

Mas, como o começo do ano é o momento em que muitos estão fazendo um esforço extra para imaginar, planejar e criar, apresentamos um punhado de tendências de consumo que estão implorando para serem aplicadas nos próximos 12 meses.

1. STATUS SEM CULPA

Um número crescente de consumidores já não pode mais fugir da consciência dos danos causados por seu consumo: ao planeta, à sociedade, ou a si mesmos. Mas uma mistura de indulgência, vício e condicionamento significa que a maior parte das pessoas ainda não é capaz de mudar substancialmente seus hábitos de consumo. O resultado? Uma espiral de culpa sem fim.

E isso cria oportunidades emocionantes para marcas que combinem o enfrentamento à esta espiral de culpa com a busca infinita por status por parte dos consumidores (busca essa que continua sendo a maior força motora por trás de todos os comportamentos de consumo).   De fato, a busca por produtos livres de culpa vai ser o máximo da indulgência em 2014. É hora de criar produtos e serviços que forneçam uma dose disso, da seguinte forma:

Identificação imediata. Produtos livres de culpa emblemáticos e bem conhecidos como o Tesla Model Svão agir como sinais de alta sustentabilidade instantaneamente identificáveis.
Visivelmente éticos. Produtos de alto status, chiques ou na moda que apresentam sustentabilidade, ética ou saúde visível vão oferecer uma dose instantânea do comportamento. Busque inspiração nos tapetes da Nudie, feitos com jeans reciclados.
Com história. Se um produto ou serviço não for conhecido nem visível, vai precisar de uma boa história livre de culpas, que seu proprietário possa contar aos outros (e impressioná-los).

2. PRODUTOS FORMATOS POR MULTIDÕES

A multidão conectada chega à maioridade em 2014. Mais gente vai reunir seus dados, perfis e preferências em grupos (pequenos e grandes) para dar forma a novos bens e serviços.

Por meio de mídias sociais, históricos de internet, comércio eletrônico, listas de leituras/seriados/filmes e músicas, serviços de GPS dos smartphones, além de outras coisas, consumidores conectados estão criando amplos perfis e deixando para trás rastros de dados que dizem respeito a tudo.

As expectativas dos consumidores se ampliam – mais uma vez – por meio dessa onipresença. Isso significa que o pessoal conectado chegou à maioridade, por meio de novos produtos e serviços adaptados de acordo com as preferências ou comportamentos agregados de grupos (grandes e pequenos) de consumidores, da maneira como são expressados por meio de seus dados. Dois tipos de cases para observar (e aproveitar):

PEQUENO PORTE: Formatação (e reformatação) em tempo real de um serviço, de acordo com as preferências das pessoas em um escritório, em um restaurante, em um avião: em qualquer lugar, neste exato momento.
GRANDE PORTE: Serviços redesenhados a partir da inteligência gerada pelos dados agregados sobre as preferências ou comportamento de grandes números de consumidores. Um próximo passo para o bom e velho crowdsourcing.

3. MADE IN CHINA VERDE

Em 2014, as percepções da China darão mais uma guinada importante, na medida em que os consumidores se derem conta de que o país está se transformando, com rapidez, noepicentro de inovações ecológicas.

Essa mudança será impulsionada pelas iniciativas incansáveis e em larga escala da China para tratar de enormes desafios ambientais como energia, transporte, construção e outros (veja alguns exemplos abaixo).

Na verdade, a ideia entre muitos consumidores no mundo todo de que as marcas chinesas ficam para trás no quesito do pensamento ecológico talvez seja uma das últimas grandes vantagens competitivas de que as marcas “ocidentais” ainda desfrutam.

Quando esse preconceito for derrubado, em 2014, uma das últimas barreiras que afasta as marcas chinesas dos consumidores globais cairá por terra. Este é apenas mais um pequeno, porém fundamental, momento no re-mapeamento do consumo global.

4. BEM-ESTAR TECH

Em 2014, o interesse dos consumidores por produtos e serviços “Quantified Self” vai continuar a crescer na medida em que relógios inteligentes e outros produtos poderosos de tecnologia para vestir (de preço acessível) chegam ao mercado.

Até agora, boa parte da atenção do setor tem se voltado à saúde física. O próximo passo? Os consumidores vão cada vez mais ver seus smartphones como aparelhos que fornecem assistência total a seu estilo de vida. Técnicas aprimoradas de “auto-tratamento”, desenvolvimento em tecnologias de detecção de estresse e a penetração quase total dos smartphones em vários mercados significa que os consumidores vão cair de boca em inovações que ajudem aacompanhar e melhorar o bem-estar mental também. Dois tipos de consumidores que alimentam esta tendência:

– Aqueles para quem a saúde mental (assim como a forma física, o progresso da carreira e as conquistas acadêmicas) é uma nova marca de sucesso, mais uma área em que podem superar seus colegas e amigos.
– Os consumidores sem tempo, com trabalho demais, estressados e tomados pela ansiedade, para quem tais inovações oferecerão o alívio tão necessário das pressões da vida moderna.

E não importa o setor em que você atua, a tendência deve suscitar muita conversa a respeito dos rumos futuros da megatendência de fortalecimento do consumidor e do autosserviço por meio da tecnologia.

5. ANTI-DATA

Oferecer ótimos serviços sem coleta excessiva de dados vai garantir a confiança dos consumidores (e os lucros não vão demorar a vir na sequência)

No ano passado, ao apresentar a mineração de dados, nós avisamos: “A fronteira entre marcas que oferecem serviços válidos (e idealmente quase invisíveis) e aquelas que sufocam consumidores com ofertas agressivas de serviços assustadores é uma linha muito tênue. Sim, compradores gostam de se sentir servidos, mas não querem se sentir observados.”

Bom, como 2013 testemunhou uma enxurrada aparentemente sem fim de marcas que sofreram “quebras de privacidade” e revelaram assim informações sobre os seus consumidores, além das ações que vazaram de uma agência do governo (que provavelmente está lendo isto por cima do seu ombro agora mesmo); hoje não é apenas uma minoria paranóica que está tendo chilique. Destacamos o fato de que dois dos maiores provedores de comunicação criptografada do mundo (Lavabit e Silent Circle) tiveram de encerrar seus serviços de e-mail porque já não se sentiam mais capazes de garantir a privacidade em relação às agências governamentais. Eles (infelizmente) perceberam que, uma vez que os dados eram coletados, estes poderiam ser acessados.

Isto tudo leva a oportunidades em 2014 para marcas anti-dados: marcas que simplesmente oferecem ótimos serviços ao mesmo tempo em que orgulhosamente deixam de coletar dados pessoais (e fazem muito alarde deste fato).

6. COISAS QUE CUIDAM DE VOCÊ

Como os objetos conectados vão se centrar nas pessoas em 2014? Na mídia (e em incontáveis laboratórios de inovações por todo o mundo), a Internet das Coisas em 2014 vai continuar tratando das mesmas coisas que em 2013: enormes números e, bem, coisas.
E quando falamos “enormes”, queremos dizer:

A Internet das Coisas vai agregar 1,9 trilhão de dólares de valor econômico à economia global em 2020.
(Gartner, outubro de 2013)
Em 2009, havia 2,5 bilhões de aparelhos conectados, em sua maior parte, eletrônicos pessoais como celulares e PCs. Em 2020, haverá até 30 bilhões de aparelhos conectados, sendo que a maior parte será de produtos.
(Gartner, outubro de 2013)

Mas algo a mais também vai acontecer: você vai ver inovações pipocarem a torto e a direito, centradas ao redor da Internet das Coisas que Cuidam de você.

Tudo que for excepcional que os “objetos conectados” possam fazer pelos consumidores, seja monitorar ou aprimorar a saúde, ajudá-los a economizar dinheiro ou a executar tarefas, será recebido com alegria no ano que vem e nos anos que estão por vir.

7. CÉREBROS GLOBAIS

Em 2014, a arena de consumo vai ficar ainda mais global, local, plana, cosmopolita e assim por diante. E isso significa que, todos os dias, você pode esperar uma orgia de inovações atraentes para os consumidores, surgindo de todos os cantos do globo.
Por isso, além deste Trend Briefing Mensal, temos o prazer de anunciar os nossos novos Trend Bulletins feitos pela e para Ásia, África e Américas do Sul & Central. Abaixo, apresentamos apenas um punhado das tendências que aparecem exclusivamente nas edições que estão por vir:

Consumidores cívicos: Por que os consumidores das Américas do Sul & Central vão se mexer por mudanças sociais em 2014.
FABA – For Africa, By Africa: Soluções africanas para desafios africanos, feitas do jeito africano.
Consumo da fé: Como práticas centenárias ligadas à fé vão se adaptar para refletir o estilo de vida dos asiáticos de hoje.