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Design de protesto

Eduardo Sá disponibiliza suas criações para que manifestantes possam imprimir livremente

Ao perceber que os manifestos que se tornaram a principal pauta do país nas últimas semanas não cessariam tão cedo, alguns designers tomaram a iniciativa de colaborar com algo que sabem fazer bem: cartazes. Foi o caso de Eduardo Sá, que mora no Rio de Janeiro e tem acompanhado os manifestos na cidade carioca. “Fazer releituras dos cartazes foi a forma de organizar as ideias de uma forma gráfica”, conta. Os cartazes de Sá reproduzem frases ouvidas nas ruas. O designer conta que selecionou aquelas que considerou menos agressivas e recebeu também sugestões de amigos. Em seguida, disponibilizou todo o material na internet, para que qualquer manifestante possa imprimi-los.

Design de protesto

Cartaz criado por Isabela Rodrigues para os protestos

Isabela Rodrigues, que tem um estúdio de design em Porto Alegre, também resolveu aliar seu trabalho de design gráfico aos manifestos. Trabalhando com cores vibrantes e tipografia forte, a gaúcha percebeu uma homogeneidade nos gritos que passaram a correr pelo país e assim elegeu aqueles que estampariam suas criações. “Ao fazer seu próprio cartaz, leva-se um tempo considerável e, ao imprimir, é possível multiplicar sua voz rapidamente”, conta. Isabela também disponibiliza suas criações para que os manifestantes possam imprimir livremente, sem custo algum.

A Meli-Melo Press já ajudou a imprimir cerca de 4000 cartazes gratuitamente

Já a colaboração de Roberto Galvão, designer de São Paulo, tem sido um pouco diferente: em vez de criar cartazes, ele os imprime gratuitamente. Desde que começou com a ação, calcula que já tenha ajudado a imprimir cerca de 4.000 cartazes a partir de 80 artes distintas em sua gráfica, Meli-Melo Press, que fica localizada no bairro Santa Cecília. Ele conta que dá preferência àqueles que passem mensagens pacíficas e inteligentes.

Para Galvão, um cartaz bem feito faz toda a diferença na hora de defender uma causa. “Os cartazes são uma ótima maneira de comunicar uma mensagem e, se forem atrativos, chamarão mais atenção – o que naturalmente ajuda a divulgar as ideias dos manifestos”. Isabela também pensa dessa forma e diz acreditar que o papel do designer é transmitir e informar o que está acontecendo de uma forma clara e objetiva. “O canal é infinito, pode ser na rua ou na internet”, declara. Já Eduardo Sá afirma que tem tentado mobilizar outros profissionais da área para fazer o mesmo. “Independente da sua profissão, acho que você deve colaborar com o que sabe fazer, o que me motivou foi ver os estudantes de medicina atuando como brigadistas e socorrendo as pessoas machucadas”, defende. O designer ainda encoraja os amigos para que se unam a ele na criação de um portal que divulgue informações com credibilidade sobre os manifestos, tendo em vista que os usuários de redes sociais têm compartilhado um turbilhão de informações – nem todas corretas.

Fonte: http://bit.ly/11L1tJf