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Brasil já possui cidades com transporte gratuito

Agudos (SP) se antecipou –e muito– às manifestações pela tarifa zero no transporte público. Há dez anos, passageiros circulam de ônibus pela cidade de 34 mil habitantes sem pagar passagem.

Apesar da aprovação de moradores e empresas, ações de vandalismo levaram a prefeitura a equipar parte da frota com câmeras. A criação de um cartão de identificação também está em análise.

Rivaldo Gomes/Folhapress
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Usuário do sistema de transporte coletivo de Agudos; cidade do interior paulista tem tarifa zero há dez anos

A prefeitura gasta R$ 120 mil por mês para manter o serviço. A cidade do centro-oeste paulista tem orçamento anual de R$ 92 milhões.

O atual prefeito, Everton Octaviani (PMDB), sobrinho do ex, afirma que não é fácil manter o benefício. “É pesado. Hoje, a passagem custaria no mínimo R$ 1,50. Com a economia, o morador pode ter alimentação e vestuário melhor, por exemplo. Tem grande alcance social.”

E político também. Ao disputar a reeleição, em 2004, Octaviani obteve 68% dos votos válidos, ante 33% na primeira eleição, antes da gratuidade. Quatro anos depois, elegeu o sobrinho, um jovem inexperiente na política.

Em 2012, as eleições foram mais inusitadas: Everton foi o único candidato.

O transporte gratuito chama tanta atenção que há até quem tenha escolhido Agudos para morar por isso, como o pintor de móveis Moisés de Moura, 27, há seis meses na cidade.

Em Ivaiporã (a 400 km de Curitiba), com 31,8 mil habitantes, o transporte é gratuito há 12 anos. Segundo o prefeito Luiz Carlos Gil (PMDB), o “passe livre” custou R$ 520 mil em 2012 aos cofres públicos. O orçamento anual do município é de R$ 50 milhões.

Em Pitanga (a 338 km de Curitiba), com 32,6 mil habitantes, o serviço gratuito começou em fevereiro de 2012, com números mais modestos. Dois ônibus levam cerca de 400 usuários por dia, a um custo de R$ 12 mil mensais.

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